Tábuas das Esmeraldas



                THOTH, O ATLANTE

As chamadas Tábuas das Esmeraldas são  doze placas de metal adornadas de esmeraldas verdes, formadas de uma substância criada por transmutação alquímica.

Estão afixadas juntas com ligas de anéis em dourado-negro suspensas a partir de  uma barra do mesmo material. Sobre elas estão gravadas caracteres na antiga língua atlante, os ensinamentos de Thoth, o atlante, considerado na mitologia o civilizador do antigo Egito, então chamado Khen.  

São imperecíveis, resistentes a todos os elementos e substâncias. Com efeito, a estrutura atômica e celular é fixa, nenhuma mudança jamais acontece.  A esse respeito, elas violam a lei material de ionização.

Sua tradução terminou-se  em 1925, mas só agora foi concedida  permissão “do alto” para ser publicada uma parte, ou seja, dez das doze tábuas (a tradução das dez tábuas, em português, pode ser encontrada no nosso livro “Tabua das Esmeraldas de Thoth”

Acredita-se que as chamadas Tábuas das Esmeraldas de Thoth datam de uns 10.000 anos a.C.. O escritor é Thoth, um Rei-sacerdote atlante que fundou uma colônia no Egito antigo depois do afundamento no mar de seu país natal.   [comprar o livro]



Ele foi o construtor da Grande Pirâmide de Giza (ou Gizé), erroneamente atribuída a Queóps. Incorporou nela o seu conhecimento da sabedoria antiga e também, com certeza, registros secretos e instrumentos da antiga Atlântida.

Thoth era um imortal, quer dizer, ele tinha vencido a morte, saindo de cena somente quando queria e, mesmo assim, não pela morte. No decorrer do do tempo ele encarnou várias vezes, sendo que na última foi Hermes Trismegisto (três vezes sábio), quando então as Tábuas teriam sido organizadas por ele.

A primeira tábua conta a história de Thoth, a partir do fim da Atlântida, submersa nas águas do Atlântico. Prossegue com sua chegada ao Egito primitivo (Khen), e Thoth conta sobre a construção da Grande Pirâmide atribuída a Queóps, já como Hermes Trismegisto:

“Eu construí a Grande Pirâmide,
modelada após a pirâmide da força da Terra,
queimando eternamente de modo que, também,
possa permanecer pelas eras.
 Nela edifiquei meu conhecimento da "Ciência da Magia"
de forma que eu pudesse ficar aqui quando novamente
     eu voltar do Amenti,
Sim, enquanto eu durmo nos Labirintos de Amenti,

"Minha Alma vagando livre encarnará,
habitando entre os homens nesta forma ou noutra.”



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 Hermes

Filho de Zeus e de Maia.

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 Sua História:

Nasceu num dia 4 (número que lhe era consagrado), numa caverna no monte Cilene no sul da Arcádia.

Enrolado nas faixas foi colocado no vão de um Salgueiro, árvore sagrada, símbolo de fecundidade e imortalidade (rito iniciático).

Criança precoce; no mesmo dia em que nasceu livrou-se das faixas (poder de ligar e desligar-se), viajou até a Tessália, onde furtou uma parte do rebanho de Admeto, o qual era guardado por Apolo, seu meio irmão (audaz).

Muito esperto, amarrou ramos na cauda dos animais para que, enquanto andassem, os rastros fossem apagados (perspicaz).

Numa gruta, sacrificou duas novilhas aos deuses e dividiu-as em doze partes; sendo onze os deuses, auto promoveu-se a décimo segundo. Escondeu o resto do rebanho e retornou a Cilene.

No caminho encontrou uma tartaruga. Retirou-lhe a carapaça e com as tripas das novilhas sacrificadas fez a Lira (apreciador da música).

Seu meio irmão, Apolo, que era um Deus Mântico, descobriu o roubo e reclamou, primeiramente com Maia, mãe de Hermes, porém esta não acreditou que o filho recém-nascido pudesse ter cometido tal feito. Apolo, então, apelou para Zeus.

Hermes, quando interrogado por Zeus, persistiu na negativa, porém, Zeus convencido da mentira do filho, obrigou-o a prometer que nunca mais mentiria no que Hermes concordou, porém acrescentou que não estaria obrigado a dizer a verdade por inteiro (mentiroso, enganador).

Apolo ficou encantado com o som que Hermes arrancava da lira, trocou o rebanho roubado pelo instrumento.

Mais tarde, Hermes inventou também, a “flauta de Pã”; como Apolo também gostou da flauta, propôs-lhe uma troca:- ofereceu o “cajado de ouro” (Caduceu), que usava para guardar o gado, em troca da flauta. Hermes aceitou, pedindo, além do cajado de ouro, lições de adivinhação.

Atributos e Funções:

Hermes foi um Deus com múltiplas funções.

Como Hermes era um Deus companheiro dos homens, - gostava de se misturar entre eles, tendo, portanto, laços estreitos com este mundo que está sempre em mudança e evolução - veremos seus primeiros atributos sempre sendo reinterpretados, fazendo deste Deus uma figura cada vez mais complexa.

1. No início – foi um Deus agrário (protetor dos pastores / protetor dos rebanhos), às vezes representado com um carneiro sobre os ombros.

2. Por ter Hermes roubado o rebanho de Apolo e, considerando como o fez, tornou-se o símbolo de tudo quanto implica em: astúcia, ardil e trapaça. É um trickster (é um trapaceiro, velhaco, protetor dos ladrões e dos comerciantes).

3. Hermes é um dos menos Olímpicos dos imortais, pois gostava de se misturar com os homens. Zeus disse-lhe certa vez; -“Hermes, tua mais agradável tarefa é ser o companheiro do homem; ouves quem estimas”, ampliando-lhe, assim, as funções (companheiro do homem, dispensador de bens).

4. Hermes é também o Deus das estradas. Para os gregos, Hermes regia as estradas porque andava com incrível velocidade, pois usava sandálias de ouro. Não se perdia na noite porque dominava as trevas e com isso, conhecia bem o roteiro.

 Para agradecer ao Deus ou para obter bons lucros os viajantes lançavam pedras nos caminhos, em honra ao Deus. Formavam-se, assim, montes de pedras na beira das estradas. A pedra tem, neste caso, um significado especial, simboliza a união do crente com o Deus ao qual as mesmas são consagradas; na pedra está a força, a perpetuidade e a presença do divino (protetor dos viajantes, das estradas).

5. Com a rapidez de suas sandálias divinas e com o domínio dos três níveis, tornou-se o mensageiro predileto dos deuses, principalmente de Zeus e do casal ctônio Hades e Perséfone (mensageiro dos deuses).

6. Hermes executava suas tarefas não somente com a astúcia e a inteligência que lhe eram características, mas principalmente com a gnose e a magia (conhecimento - sabedoria).

7. Hermes era inventor de práticas mágicas, conhecia profundamente a magia da Tessália, conduzia as almas na luz e nas trevas, executava bem ambas as funções, era, portanto, “o vencedor mágico da obscuridade”, porque “sabe tudo e, por isso, pode tudo” (mestre dos magos).

8. Hermes era, assim, o Deus psicopompo; acompanhava as almas até os domínios de Hades e também as traziam à luz, quando solicitado (um condutor de almas).

9. Hermes é o Deus do Hermetismo e da Hermenêutica, do mistério e da arte de decifrá-lo (coisa fechada/ eloquência).

10. Hermes personifica o arquétipo da iniciação em ambos os sexos. É encontrado trabalhando nas sombras de todas as principais transições da vida – especialmente na adolescência, na meia-idade, na hora da morte e também na hora do nascimento (indicador do caminho).

11. Hermes simboliza os meios de troca entre o céu e a terra, a mediação, em suma meios que tanto podem perverter em comércio Simoníaco ou elevar-se, ao contrário, até a Santificação (assegura a viagem, a passagem entre os mundos infernais, terrestres e celestes).

12. Por ter, o Deus, habilidade de lidar com os três níveis, - Hermes desce ao plano inferior e retorna com mensagens - podemos inferir que ele traz as mensagens do inconsciente, através dos sonhos, como também, é o guia dos seres na sua transmutação, na sua individuação (segurança na mudança mental de estado em estado, de grau em grau, de condição em condição, de pólo em pólo, de vibração em vibração).

13. Hermes é um Deus civilizador, patrono da ciência e imagem exemplar das gnoses ocultas. É o sábio, o judicioso, o tipo inteligente do grego refletido, o próprio logos. Hermes é o que sabe e, por isso mesmo, aquele que transmite toda ciência secreta (patrono de todas as artes que dependem da escrita).

14. Todo aquele que é iniciado por Hermes torna-se invulnerável a toda e qualquer obscuridade. Mercúrio costumava ser invocado nas cerimônias dos magos como transmissor de fórmulas mágicas (guia dos magos).

15. Mercúrio funciona também, como mediador e protetor nas artimanhas amorosas.

16. Hermes é também o Deus modelo dos atletas, visto que, para executar suas funções com a agilidade e rapidez que lhe eram exigidas, o Deus é representado, na maioria das vezes, como um jovem com corpo atlético (patrono dos esportes e jogos olímpicos).

Entre os Feitos Atribuídos a Hermes Podemos Ressaltar:

1. Usando o capacete de Hades que o deixava invisível, lutou ao lado dos deuses e matou o gigante Hipólito.

2. Roubou os tendões de Zeus que fora arrancado por Tifão e recompôs fisicamente seu pai.

3. Libertou Ares que fora aprisionado num pote de bronze pelos Alóadas (filhos de Posidon).

4. Salvou Ulisses e seus companheiros, usando a erva Móli, que foram transformados em animais semelhantes a porcos pela feiticeira Circe.

5. Anunciou a Deucalião que Zeus conceder-lhe-ia a satisfação de um desejo.

6. Por intermédio de Hermes, Anfião (músico) recebeu a lira; Héracles recebeu a espada, Perseu, o capacete de Hades.

7. Levou à Calipso ordens para que permitisse a partida de Ulisses que há sete anos era prisioneiro da paixão da ninfa da ilha Ogígia.

8. Foi ele quem adormeceu e matou Argos que havia aprisionado a vaca Io, por ordem da ciumenta Hera.

9. Levou Hera, Atená e Afrodite ao Monte Ida para que Páris dissesse qual era a mais bela.

10. Atendendo, ainda, ordem de Zeus, levou a Prometeu o ultimatum para que revelasse o grande segredo que tanto preocupava o pai dos deuses e dos homens.

11. Conduziu Dionísio de asilo em asilo.


12. Conduziu Psique para o Olimpo para se casar com Eros.

13. A tarefa, porém, mais importante de Hermes era interpretar a vontade dos deuses.

LONGEVIDADE DE HERMES

Apesar da grande crise que passou a religião grega com a destruição dos templos e de seus deuses, Hermes sobreviveu a tudo através de mil vicissitudes.

Hermes Trismegistos sobreviveu através da Alquimia e do Hermetismo.

Segundo Jung, a alquimia é a expressão de um processo simbólico que acompanha o desenvolvimento psíquico chamado de individuação.

Segundo Von Franz, o processo de desenvolvimento psicológico é análogo aos estágios na transformação alquímica – da matéria básica ao ouro.

A alquimia é uma ciência, ou melhor, uma filosofia e baseia-se na seguinte teoria: “tudo no mundo obedece às mesmas leis e todos os objetos da natureza contêm a energia vital”. “Toda matéria contém vida.”

O trabalho do alquimista é o de unir os opostos; cada matéria possui seu par e nesta união alcança-se o casamento alquímico. Para tanto, é necessário purificar a natureza ou buscar sua perfeição.

A alquimia, entretanto, é mística; os alquimistas acreditavam que para realizar a grande obra, a regeneração da matéria, deveriam procurar a regeneração de sua alma; é um processo paralelo:- a busca da pedra filosofal e a purificação da alma, tornando o homem um ser luminoso, revelando o “ouro” que possui.

Os alquimistas que procuravam apenas fabricar ouro não eram verdadeiros adeptos, pois, segundo palavras atribuídas a Hermes: “O meu ouro não é ouro vulgar”. Ou seja, o ouro que o alquimista deve procurar não é o metal.

O fundamento simbólico é a separação dos sexos e sua re-união, ou seja; oposição e equilíbrio dos dois grandes princípios do universo.

A base desta busca encontra-se na célebre obra “Tábua de Esmeralda”, que teria sido gravada pelo próprio Hermes, numa linguagem criptográfica, cifrada, esotérica, Hermética, só para iniciados.

Segundo a Tábua a distribuição simbólica, masculino - feminino é a seguinte:

Masculino: O sol, o ouro, o fogo, o ar, o rei, o espírito de Enxofre.

Feminino: A luz, a prata, a água, a rainha, o espírito de Mercúrio.

Onde o Mercúrio dos alquimistas quer dizer Hermes e é Hermafrodito, pois é feminino porque é branco e líquido e é masculino porque é um metal seco.

Este Hermafroditismo provém exatamente do fato de simbolizar a união dos opostos (contrários).

A pedra oculta renascerá das cinzas, será o homem novo, a fênix, a rosa.

Sendo o universo formado de quatro elementos, ar, fogo, água e terra, sob o aspecto de quatro estados, gasoso, sutil, líquido e sólido, a “pedra”, que representa a unificação dos quatro elementos, é, por conseguinte, a quintessência, simbolizada pelo número cinco ou pela rosa que possui cinco pétalas.

O alquimista tratará a matéria tal qual o Deus era tratado nos Mistérios: os minerais padecem, morrem e renascem em uma outra forma, isto é, são transmutados.

Essa transmutação, efetuada pela grande operação, faz a matéria passar por quatro fases, que são designadas segundo as cores que tomam os ingredientes na operação: nigredo (preto), albedo (branco), citrinitas (amarelo), rubedo (vermelho).

Antes iniciar a recriação da matéria era necessário alguns ritos:- fogão adequado, vaso especial, etc., Logo após os contrários são fechados no vaso (atanor ou ovo filosofal), dando início ao processo de purificação.

Tendo Hermes natureza dupla, também assim se apresenta sendo Mercúrio; como Mercúrio-planeta é o mais próximo do sol, o que lhe confere sua natureza de ouro, como Mercúrio-metal dissolve o ouro apagando, assim, o brilho solar.

Hermetismo

Hermeticus (latim) – “maneira especial de fechar completamente vasilhas”. O sufixo “ismo” – Indica doutrina filosófica.

Hermetismo: conjunto de crenças, idéias, práticas e ritos transmitidos através da vasta literatura Hermética. Divide-se em dois grandes grupos: tratados concernentes ao Hermetismo popular (magia, alquimia, astrologia, ciências ocultas) e Corpus Hermeticum de cunho muito mais erudito.

Hermético: tem sentido de “fechado, impenetrável, sigiloso, misterioso”.

Opostamente; Hermenêutica: “é a interpretação, esclarecimento, exposição”.

Ambos, tanto Hermético quanto Hermenêutica, derivam do teônimo grego Hermes que é uma divindade detentora de inúmeros segredos, considerada capaz de revelá-los.

Para a acepção teológica da palavra Hermenêutica, “arte de interpretar o verdadeiro sentido dos textos sagrados”, concorre com o fato de Hermes ser também deus tutelar da escrita.

Atualmente, empregamos o termo “Hermético” no sentido de secreto, fechado de tal maneira que nada escapa etc., pela razão de que os discípulos de Hermes sempre observaram o princípio do segredo nos seus preceitos.

Os preceitos Herméticos estão espalhados em todos os países e em todas as religiões, mas não pertencem a nenhuma seita religiosa particular, por orientação dos antigos mestres evitaram que a doutrina secreta fosse cristalizada num credo.

O CAIBALION

Há tempos, existiu uma compilação de certas doutrinas básicas do Hermetismo, transmitida de mestre a discípulo, a qual era conhecida sob o nome de “Caibalion” (tradição ou ensinamento manifestado por um ente superior).

Estes ensinamentos eram transmitidos dos lábios aos ouvidos.

Estes preceitos constituíam realmente os princípios básicos da arte da alquimia Hermética, que se baseia no domínio das forças mentais, em vez de no domínio dos elementos materiais; na transmutação das vibrações mentais em outras, em vez de na mudança de uma espécie de metal em outra.


Os Sete Princípios Herméticos:

Os sete princípios Herméticos que se baseia a filosofia Hermética reconhecidas no Caibalion são:

I – O Princípio do Mentalismo

“O todo é mente; o universo é mental”.

II - O Princípio da correspondência

“O que está em cima é como o que está embaixo, e o que está embaixo são como o que está em cima”.

III - O Princípio da Vibração

“Nada está parado; tudo se move; tudo vibra”.

IV - O Principio de Polaridade

“Tudo é duplo; tudo tem pólos; tudo tem seu oposto; o igual e o desigual são a mesma coisa; os opostos são idênticos em natureza, mas diferente em grau; os extremos se tocam; todas as verdades são meias-verdades; todos os paradoxos podem ser reconciliados”.

V – O Princípio do Ritmo

“Tudo tem fluxo e refluxo; tudo tem suas marés; tudo sobe e desce; tudo se manifesta por oscilações compensadas; a medida do movimento à direita é a medida do movimento à esquerda; o ritmo é a compensação.”

VI - O Princípio de Causa e Efeito

“Toda causa tem o seu efeito, todo efeito tem a sua causa; tudo acontece de acordo com a lei; o acaso é simplesmente um nome dado a uma lei não reconhecida; há muitos planos de causalidade, porém nada escapa à lei.”

VII - O Princípio do Gênero

“O gênero está em tudo; tudo tem o seu princípio masculino e o seu princípio feminino; o gênero se manifesta em todos os planos.”

A TÁBUA DE ESMERALDA

Segundo alguns estudiosos, existe um número grande de obras atribuídas a Hermes (pelo menos 42, segundo Clemente de Alexandria), sendo: 36 conteriam a ciência dos egípcios, e o restante, os conhecimentos de medicina.

A mais conhecida de todas, entretanto, é a Tábua de Esmeralda (em latim, Tábula Smaragdina), cuja origem é também misteriosa: a tábua teria sido gravada numa esmeralda pelo próprio Hermes e fora encontrada no seu túmulo.

Esta origem também tem seu paralelo na obra rosacruciana que se chama "Fama Fraternitatis Rosae Crucis”, referindo-se ao túmulo de Cristão Rosacruz (Christian Rosenkreuz).

Texto da Tabula de Esmeralda:

Tábula de Esmeralda, Hermes Trismegistos

“É verdadeiro, completo, claro e certo. O que está embaixo é como o que está em cima e o que está em cima é como ao que está embaixo, para realizar os milagres de uma única coisa.

Ao mesmo tempo, as coisas foram e vieram do um, desse modo as coisas nasceram dessa coisa única por adoção.

O Sol é o pai, a lua é a mãe, o vento o embalou em seu ventre, a Terra é sua ama; o Telesma do mundo está aqui.

Seu poder não tem limites na Terra.

Separarás a Terra do Fogo, o sutil do espesso, docemente com grande indústria.

Sobe da Terra para o céu e desce novamente à Terra e recolhe a força das coisas superiores e inferiores. Deste modo obterás a glória do mundo e as trevas se afastarão.

É a força de toda força, pois vencerá a coisa sutil e penetrará na coisa espessa.

Assim o mundo foi criado.

Esta é a fonte das admiráveis adaptações aqui indicadas. Por esta razão fui chamado de Hermes Trismegistos, pois possuo as três partes da filosofia universal.

O que eu disse da obra solar é completo.”

(in Corpus Hermeticum – Hermes Trismegistos – Hemus –São Paulo, 1974)

Para aqueles que conhecem a doutrina Hermética e alquímica os dizeres de cada linha da Tábua é cheia de significados.

A doutrina da unidade cósmica, defendida pelos modernos cientistas e o princípio da analogia e das correspondências entre todas as partes da criação está bem claro no texto da Tábua.

A frase mais comentada: “o que esta em cima é como o que está em baixo,...” Significa que toda a vida está unida por uma espiral de harmonia.

E o que está em cima é paralelo e correspondente ao que está em baixo, não igual ou semelhante.

Iconografia de Hermes:

Chapéu de formato especial: O Pétaso

Sandálias providas de asas: O Talário

Segura um Caduceu com duas serpentes entrelaçadas em sentido inverso, encimado por asas.

Obs.: aparece, também, representado com um falo grande (geralmente na representação alquímica).

Simbologia:

Chapéu: Autoridade, simbolismo como o da coroa = poder e soberania, cobrindo a cabeça, sede da psique e da inteligência, o chapéu é símbolo de identificação.

Segundo Jung, trocar o chapéu é também trocar de idéias, ter uma outra visão do mundo.

Sandálias: Separa a terra do corpo pesado e vivente, as sandálias aladas, Para Hermes e Perseu, são símbolos de elevação mística e, para Hermes, particularmente, configura o domínio dos três níveis.

As sandálias aladas “significam a força da elevação” e a aptidão para os deslocamentos rápidos.

Caduceu: Em grego kerykeion. É um bastão de arauto. Tem várias interpretações, porém o caduceu do deus Hermes poderá ser interpretado das seguintes maneiras:

a) Sendo um bastão em torno do qual se enrolam, em sentido contrário, duas serpentes, o caduceu serve de equilíbrio aos dois aspectos da serpente, a direita e a esquerda, o diurno e o noturno, pois a cobra sendo um réptil ctônio, possui duplo aspecto simbólico: um benéfico outro maléfico.

Consta que duas serpentes entram em luta e que Hermes as separa, jogando o bastão entre elas, criando assim, a polarização, porém mantendo-as enroladas em torno do Caduceu, elas simbolizam o equilíbrio das tendências contrárias em torno do eixo do mundo. Visto desta maneira o bastão do Deus Hermes é o símbolo da paz.

Os dois sentidos; ascendente e descendente das correntes representadas pelas serpentes, marcam bem duas das funções de Hermes: mensageiro dos deuses e o guia dos seres na sua Transmutação.

b) Segundo Henderson - o caduceu simboliza o falo em ereção com duas serpentes acopladas. Este falo de Hermes Psicopompo penetra, a partir do mundo conhecido no mundo desconhecido, em busca de uma mensagem espiritual de libertação e de cura.

As asas:

As asas de seu chapéu, as asas de suas sandálias e as asas do caduceu mostram que o Deus Alquímico transformou-se num “homem voador”, significando assim, a força total da transcendência.

Nas representações do Deus Thot o mesmo é visto com cabeça de ave (Íbis), representado como uma forma alada do princípio transcendente.

Metamorfoses de Hermes / Sincretismo:

Hermes sofreu muitas metamorfoses e ultrapassou muitas barreiras religiosas aparecendo, assim, identificado com muitos outros deuses, entre eles:

1 - Hermes para os Romanos é Mercúrio: tem todas as características do Deus Grego, porém é enfatizado sua função de protetor dos comerciantes, dos negócios. Na sua iconografia como Mercúrio, apresenta-se igual a Hermes com mais um detalhe essencialmente romano: um saquinho para guardar dinheiro, símbolo dos ganhos obtidos no comércio.

2 - Hermes Trismegistos (três vezes máximo = rei, legislador e sacerdote), resultou do Sincretismo do deus Mercúrio - latino com o deus ctônio Thot.

Para os egípcios teria existido um homem chamado Hermes Trismegistos e que muito tempo após sua partida deste plano de existência os egípcios o deificaram e fizeram dele um dos seus deuses sob o nome de Thot. Anos depois, na Grécia, o deificaram com o nome de “Hermes, o Deus da sabedoria”. Os egípcios reverenciaram por muitos anos a sua memória, denominando-o mensageiro dos deuses e ajuntando-lhe como distintivo o seu antigo título “Trismegistos” que significa três vezes grande:

Primeiro: como Hermes que era considerado um dos grandes mestres;

Segundo: como Thot que foi considerado duas vezes grande e;

Terceiro: como Hermes Trismegistos: que é o sincronismo de Hermes com Thot.

O Deus Thot teria criado o mundo por meio do lógos, da palavra; substituto de Ré, o deus supremo: mensageiro, iluminador, juiz interior (consciência), guia, mediador. Personifica a revelação da sabedoria dos homens e do caminho da eternidade.

O Deus Thot é considerado também o mestre da escritura, da palavra e da inteligência.

3- Segundo Santo Agostinho em “A Cidade de Deus” Trismegistos é o tataraneto de um contemporâneo de Moisés.

4- Na tradição islâmica é identificado com Idris.

5- Mercúrio penetra no cristianismo como:

- O Deus da eloqüência,

- Hermes-Logos = Cristo-Logos.

- Hermes deus dos rebanhos (Crióforo) = vários santos são representados com carneiros nas costas, ou pastoreando-os.

- psicopompo - atributo também de Cristo

6- Na renascença:

- Virgílio de Dante faz a função de Hermes.

7- Mercúrio e o tarô - tarô é um método sintético para desenvolvimento do “sentido dos símbolos”.

Como toda filosofia Hermética, o tarô também tem sua origem desconhecida. Há estudiosos que afirma que eram, inicialmente, utilizados por ciganos espanhóis. Outros ocultistas atribuem aos egípcios a origem do tarô. Existiam, ainda, produções similares na China e na Índia, na mesma época que o tarô aparece na Europa.

Para muitos pesquisadores, o tarô é o sumário das quatro ciências Herméticas: Cabala Astrologia, Alquimia e Magia.

Todas estas ciências são atribuídas a Hermes Trismegistos e representam um sistema amplo e profundo de investigação psicológica da natureza humana em sua relação com o mundo físico e espiritual.

8- Hermes é identificado nas crenças afro-brasileiras como Exú.

Exú é o Orixá guardião dos caminhos. Caminhos que levam e trazem e fazem as pessoas se encontrarem ou se distanciarem. É quem faz com que os ritos sejam cumpridos, principal responsável pela ligação do mundo espiritual e o mundo material.

Emissário/mensageiro entre os homens e os Orixás: faz o elo de ligação entre o homem e os demais Orixás, tanto na passagem como na comunicação.

Exú é um Orixá tão importante quanto os outros Orixás. Por ser mais ligado ao mundo terrestre, possui certos costumes e temperamentos próprios dos seres humanos.

Por ser também um orixá que cuida dos caminhos onde percorrem homens, Orixás, espíritos, etc. e sendo o elo entre esses mundos, Exú possui múltiplos contraditórios, sendo bom e mau, astuto, grosseiro, indecente, protetor, alegre, brincalhão, violento, etc., Por isso foi erroneamente sincretizado com o diabo cristão.

Ferramentas e símbolos de Exú:

Chave, tridente, vulto (pênis ereto),etc.

Arquétipos de Exú:

Filhos de Bará / Exú = caráter imprevisível; às vezes são bravos, intrigantes e ficam muito contrariados, às vezes são pessoas inteligentes e compreensivas com os problemas dos outros.

Não aceitam derrotas, temperamento difícil, melindrosos, vingativos.

Possuem muita energia, portanto precisam estar sempre em atividade.

Dia da Semana: Segunda-feira

  Resumo

  Hermes Trismegistos (Mercúrio): em grego Hermes é também “Herma, Cipó, Pilastra, estela com cabeça de Hermes”. Filho de Zeus e Maia nasceu num dia 4. Hermes governa as funções da inteligência, memória, astúcia e criatividade. Inventou a lira e a flauta de Pã, pela qual trocou com Apolo pelo cajado de ouro o “Caduceu” e por lições de Mântica, que aperfeiçoou auxiliando a leitura por meio de pequenos seixos. Hermes é símbolo de tudo quanto implica em astúcia, ardil e quando em desequilíbrio “trapaça”. É o deus do comércio, protetor dos comerciantes e dos ladrões. Hermes Trismegistos, “o três vezes grande”, resultou do sincretismo com o deus egípcio Thot. Thot era o mestre da escritura e, por conseqüência, da palavra (comunicação) e da inteligência, mago terrível e patrono dos magos. Governa deste modo também a filosofia, a religião, a alquimia, magia e astrologia. Hermes é o pai dos alquimistas, Deus mensageiro, Psicopompo, tem por missão mostrar o caminho da elevação da consciência dos homens, transformando o chumbo da ignorância em ouro da sabedoria (pedra filosofal) e dispensar bens como fazia Robin Hood. É um deus alquímico do oportunismo (em grego kairós), dos caminhos e protetor dos viajantes.

Templos de Hermes:

Em Samotrácia, Arcádia, Beócia, Atenas, Acaia e Creta.

Árvore sagrada: O salgueiro, como símbolo da fecundidade e imortalidade.

Floral de Bach:  Chestnut bud.

Mês do ano:  Outubro.

Dia da Semana: Quarta-feira - Mercuri (i) dies, dia de Mercúrio; francês mercredi, italiano mercoledi, espanhol miércoles, romeno miercuri.

Habilidade: Negociação, comércio, comunicação, inteligência e astúcia.

Obstáculo: A mentira, a ansiedade e o desrespeito pelo ritmo do outro.

Canto a Hermes:

“Canto a ti, óh Hermes Trismegistos, óh três vezes grande, senhor dos caminhos, o imortal mais próximo e companheiro dos homens: ouves a quem estimas! Falo a ti, filho do trovão e da mais jovem das Plêiades, dai-me a sabedoria e o discernimento para falar com a voz do coração e com a agilidade do pensamento! Óh mensageiro do Olimpo, protetor dos viajantes, dispensa teus bens, para que o corpo não pereça e o espírito aproveite a oportunidade da aprendizagem!

E caso pereçamos em nosso tempo, guia-nos o espírito no caminho da redenção! E que encontrando o caminho Hermético do saber, consigamos transformar o chumbo da ignorância no ouro da compreensão, porque no fim todos somos filho de um único Deus!”(João Ronaldo Soares “Poemas Épicos Nos Moldes Homéricos – 1998.”).


Referências Bibliográficas

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